Pelas Aldeias do Xisto de Proença-a-Nova
Pelas Aldeias do Xisto de Proença-a-Nova
Pelas Aldeias do Xisto de Proença-a-Nova
12-10-2023
São 27 as Aldeias do Xisto distribuídas pela Região Centro, num território de enorme beleza que oferece experiências únicas. Entre elas estão Oliveiras e Figueira, duas aldeias do concelho de Proença-a-Nova onde o xisto impera.
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Na aldeia da Figueira habitam apenas cerca de 20 pessoas. Vivem da criação de galinhas, cabras, do seu trabalho nas hortas e nos terrenos agrícolas, povoados de oliveiras que dão origem ao “ouro verde” (azeite) que já foi a maior riqueza da aldeia.
Existe um forno comunitário, onde ainda se coze o pão e assa o cabrito. Esta aldeia em xisto é muito acolhedora e de fácil circulação, onde hortas, quintais, arrumos agrícolas, currais e capoeiras convivem em todo o espaço urbano. Aqui os nomes das ruas estão relacionados com questões geográficas ou com pessoas que marcaram de alguma forma a vida da aldeia.
Lenda do Lobo
A aldeia tem uma história curiosa da qual o lobo é o protagonista. Consta que a disposição urbanística teve como objetivo a proteção, com ruas definidas (uma longitudinal e várias transversais) formando um conjunto de entradas. À noite as ruas eram fechadas com portas, de modo a que toda a aldeia ficasse protegida do ataque dos lobos aos animais domésticos. Ainda hoje existem vestígios de algumas dessas portas.
Aldeia de Oliveiras muito bem preservada
Embora não esteja integrada na rede das Aldeias do Xisto, a aldeia de Oliveiras está muito bem preservada. Esta aldeia beirã fica junto à praia fluvial da Froia, com uma população muito simpática e acolhedora. É, sem dúvida, um local privilegiado para conviver com a natureza e gozar de momentos inesquecíveis!
Aqui encontra um conjunto de casas que foram recuperadas, conservando todas as suas características antigas e convertidas em alojamento local. Após a recuperação da Casa da Cancela, com a conclusão da Casa do Forno, nasceu a ideia de receber e acomodar turistas.
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Todas as restantes casas estavam em ruínas e completamente abandonadas, tendo sido adquiridas e recuperadas aos poucos, dando lugar à Casa da Travessa, Casa do Ferro, Casa do Pereiro, Casa da Adega, Casa do Sobrado, Casa da Pífara e à Casa do Passadiço. Cada casa tem a sua particularidade como o nome de batismo o indica. Todas garantem acesso à piscina comum.
Passar um fim de semana ou umas férias nestas casas é sinónimo de beleza, tranquilidade e harmonia para um contacto mais próximo com a natureza, longe da agitação das grandes cidades.
www.aldeiaoliveiras.com
Tel.: 963 407 547/ 963 235 077
ONDE COMER:
São séculos de saber e bom gosto dão origem a um menu de verdadeiras tentações e tudo o que aparece na mesa tem o sabor do território e dos produtos locais. A qualidade da gastronomia desta região pode ser comprovada em muitos restaurantes, parceiros das Aldeias do Xisto, que apresentam na mesa o melhor dos sabores de antigamente, em confeções tradicionais ou inovando numa cozinha de fusão entre o tradicional e o contemporâneo. Conheça três exemplos desses restaurantes.
Restaurante Casa Ti’Augusta
Fica na Aldeia do Xisto de Figueira e todas as suas iguarias beirãs são confecionadas com produtos frescos, onde a tradição é servida de forma moderna e atual, sem adulterar os sabores, tudo isto graças às mãos da Chef Lúcia Matias e da gerência de Joana Pereira.
Até o pão é cozido no forno comunitário da aldeia! Imagine uma fatia de pão quente barrada com manteiga de cabra, foie de cabrito ou compota da Doces Saberes. Não é por acaso que a Casa Ti’Augusta foi eleita como Escolha do Consumidor, na categoria de Restaurantes 2013, como o Melhor Restaurante no distrito de Castelo Branco.
São muitas as especialidades que são uma verdadeira tentação para os apreciadores da boa gastronomia: cabrito assado no forno a lenha; afogado da boda: guisado de cabra, prato tipicamente utilizado nas festas de casamento dos locais; maranho: enchido de misto de carnes com arroz, sendo a cabra a carne predominante; plangaio: enchido “exclusivo” da zona, cujo recheio é composto por massa de farinheira e “ossos do espinhaço” e tigelada. Outras especialidades continuam a ser desenvolvidas, respeitando a tradição na confeção, mas cuja inovação é ingrediente obrigatório.
Não deixe também de experimentar o Bolo Finto, uma iguaria que era habitualmente oferecido pelos noivos aos convidados e, ainda hoje, em muitas festas a tradição continua a ser mantida. É delicioso com queijo fresco, queijo de cabra curado ou compotas de fruta.
Onde fica:
Aldeia de Figueira, Proença-a-Nova
Tel.: 274 822 134
Restaurante Adega dos Apalaches
Se gosta de comida típica e tradicional, bem confecionada e com sabores condimentados, de sopa feita nas antigas panelas de ferro e ter como companhia fogo alimentado a lenha, então anote na sua agenda a morada da Adega dos Apalaches.
Cabrito estonado, Bráz de enchidos, queijo de cabra, maranhos, sopa da panela, migas de couve, grelhados de excelência, bem como doces irresistíveis (tigelada de comer e chorar por mais, pudim de ovos, bolos à antiga…) fazem parte desta adega com alma e atencioso serviço a condizer com a hospitalidade do pinhal, onde está localizada.
Onde fica:
Rua Senhora das Neves, Roqueiro, Oleiros
Tel.: 272 654 257
Restaurante Santo Amaro
Inspirado no nome do santo invocado na capela situada nas proximidades, este espaço é a escolha natural para quem aprecia a boa gastronomia regional e o marisco. Com uma sala de jantar sóbria e de estilo clássico, oferece uma cozinha de inspiração regional. Aqui pode deliciar-se com a
afamada sopa de peixe do rio da Dona Helena, com o maravilhoso pão frito, envolvido na suculenta sopa; ensopado de peixe do rio à moda da Sertã; bucho recheado; maranhos à moda da Sertã; couves da matança; miolos de porco; Galinha caseira corada; cacholada; prato de grão com massa; morcelas de erva doce e cabrito estonado. No fim, não deixe de provar os famosos cartuchos de amêndoa à moda de Cernache ou a tigelada beirã.
Onde fica:
Rua 1 de dezembro, Sertã
Tel.: 274 604 115
Texto: Virgínia Esteves (virginia.esteves@impala.pt); Fotos: D.R.
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